Manifesto Contrafuturista
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Não queremos negar o futuro, mas ir contra o futuro que a presente realidade, em seus diferentes capitalismos/imperialismos/fascismos, nos oferece.
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Criação artística e dinheiro são inversamente proporcionais.
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O dinheiro pode servir à arte, mas a arte jamais deve servir ao dinheiro.
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Enquanto existir abuso de recursos naturais, crimes ambientais, racismos e machismos estruturais, concentração de riqueza nas mãos de 1% da população, entre outras tantas anomalias geradas por uma sociedade doente, pautada no individualismo e no consumo desenfreado, a arte deve servir ao artista e à sociedade como ferramenta de luta contra o status quo e a estética burguesa.
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Enquanto o presente for desolador, o futuro também o será, por isso a arte deve encarnar um permanente estado de greve.
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O artista não está acima e nem abaixo dos demais trabalhadores, mas do mesmo lado.
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Arte pela arte somente quando todas as coisas viventes forem igualmente livres.
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Todos os corpos importam. Estética e beleza só existem quando para celebrar e empoderar todo e qualquer corpo capaz ou não de traduzir-se pela arte.
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Rejeitamos patriotismos e colonialismos. Nossa arte não enxerga fronteiras que limitam e segregam qualquer que seja a manifestação individual ou coletiva. Decolonizar a arte é preciso e, sem ufanismos, resgatar e promover as identidades dos povos originários e reparar a memória de todas as populações que foram sequestradas e colonizadas.
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Desmilitarização do ocidente e do pensamento ocidental. A nossa arte deve estimular a resolução de conflitos pela inteligência e pela empatia. A violência é refúgio dos incompetentes.
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A nossa arte é plural. O caos enquanto estética daquilo que atinge o saber através da compreensão e da reflexão.
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Nossa arte quer saber do presente e não ter fé no futuro.
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Enquanto florestas e biomas forem destruídos em prol do lucro nefasto do agronegócio e mineradoras; enquanto as águas do oceano forem contaminadas por empresas de petróleo e militares; enquanto os imperialismos e autoritarismos impregnarem a nossa sociedade do presente, nossa arte será contrafuturista. Um presente em que o dinheiro e a emoção prevalecem sobre fatos e empatia é incapaz de esboçar um futuro onde a vida e a arte existam sem restrições.
Assinam este manifesto,
Leonardo Triandopolis Vieira, Campo Grande – MS
Jair Damasceno, Campo Grande – MS
Lígia Prieto, Campo Grande – MS
Febraro de Oliveira, Campo Grande – MS
Carlos Renato Vieira de Freitas, Ribeirão Preto – SP
Jeferson Barbosa, Goiânia – GO
Luciano Serafim, Dourados – MS
Rafaely M. Tobias, Guia Lopes da Laguna – MS
Gabriel Brito, Campo Grande – MS
Guilé, Campo Grande - MS
Brasil, Setembro de 2020.
contrafuturismo
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